Por Zachary Thoma, Diretor Regional de Vendas – Kawasaki Robotics (USA), Inc.
Como trabalho para a Kawasaki Robotics, direi simplesmente que se a especificação do seu robot não for Kawasaki, então a resposta é sim. Pode saber mais sobre o que nos torna diferentes aqui.
Agora que isso está fora do caminho, esta é uma questão um pouco polémica. Deverá optar por um único robô para a automatização das suas instalações? Os benefícios de uma estratégia de fonte única superam os riscos?
Tudo começa com a “normalização” – uma espécie de palavra de ordem, se me perguntarem. À primeira vista, parece lógico, certo? Especificar e normalizar um robô, normalizar as suas peças sobresselentes, normalizar a sua formação, normalizar os seus preços, normalizar, normalizar, normalizar. Embora eu seja a favor da racionalização e da simplificação, neste caso penso que as empresas podem “normalizar-se” até à obsolescência.
Não digo isto sem alguma reflexão. Estou demasiado familiarizado com os desafios de trabalhar com vários fornecedores. No entanto, penso que as empresas poderão não conhecer as vantagens de manter uma estratégia que inclua mais do que um fornecedor de robots.
Razões pelas quais as empresas procuram uma estratégia de fornecimento único de robôs
Antes de chegar a esse ponto, vejamos algumas razões comuns pelas quais as empresas são obrigadas a ter apenas uma marca de robô nas suas instalações. Elas querem…
- … Padronizar peças e treinamento
- … Alavancar o poder de compra com um parceiro
Talvez existam algumas iterações adicionais destas razões, mas estas abrangem a maior parte das motivações dos utilizadores. No entanto, vale a pena perguntar se estes benefícios percebidos compensam na realidade.
RAZÃO Nº. 1: Normalização de peças e formação
Tomemos o número um como exemplo. É uma ideia simples e certamente meritória: Padronizar o produto para minimizar a complexidade. Mantenha-o simples. Embora possa apreciar e concordar com o espírito deste esforço, não tenho a certeza de que se aplique à robótica como se aplica a outras coisas. Embora possa parecer que os robôs precisam de um doutoramento para serem programados, na verdade não precisam. Independentemente do que possa ter ouvido, as pessoas não vão à escola para aprender a programar uma única marca de robô. Vão para a escola para aprender os princípios da programação de robôs e talvez da automação em geral.
Aprender a utilizar o software ou o pendente de um fabricante de robôs específico depende, na verdade, da marca, e esse currículo é geralmente fornecido pelo próprio fabricante. Quer saber quanto tempo demora a Kawasaki a ensinar alguém que já conhece os princípios da programação de robôs a utilizar os nossos robôs? Uma semana. Duas, no máximo. (Pode saber mais sobre a nossa equipa de formação aqui.) Isto não significa que o programador tenha experiência , por si só, mas significa que os bons programadores de robôs podem aprender praticamente qualquer robô. Não é um processo de anos para aprender uma nova marca – é mais como uma semana ou duas.
A normalização das peças sobresselentes vale a pena?
Depois há a discussão sobre as peças. Embora eu compreenda e concorde que a normalização das peças faz muito sentido, não tenho a certeza de que se aplique aqui. Por exemplo, digamos que tem uma frota de 50 robôs e quer ter à mão peças sobresselentes para reconstruir seis deles de cada vez. Qual é a diferença de ter peças de dois tipos de robôs diferentes para reconstruir três de cada um deles de cada vez?
Não está no mesmo barco, só que desta vez com alguma diversificação? Além disso, esta estratégia só funciona se o fabricante do robô não atualizar regularmente os controladores e outras peças, tornando os antigos obsoletos.
RAZÃO Nº. 2: Alavancar o poder de compra com um parceiro
É certamente possível argumentar que é prudente aproveitar o seu poder de compra. Afinal de contas, por que não? Não é que não seja uma boa ideia, mas não vejo porque é que alguém tem de abdicar de uma boa diversificação de fontes para obter excelentes preços. Poderá haver mais poupanças, mas quando se tem em conta os outros custos e/ou riscos, será que compensa realmente?
As poupanças a curto prazo podem ser tentadoras, mas devem ser consideradas face ao risco de ter todos os ovos no mesmo cesto. Além disso, com uma estratégia de dois robots, pode manter os seus fornecedores honestos com mais do que apenas cotações. Pode realmente, com respeito, ser transparente sobre as suas opções.
O risco de ter todos os ovos no mesmo cesto
Há já algum tempo que os departamentos de gestão de aprovisionamento de todo o mundo têm vindo a insistir numa base de aprovisionamento diversificada. As razões são óbvias: ter uma base de abastecimento diversificada significa segurança. Se uma fonte tiver dificuldades por qualquer razão, ou falhar completamente, tem um apoio.
Como exemplo do mundo real, alguns dos nossos clientes informaram-nos de prazos de entrega de robôs extremamente longos. Aqueles que têm uma estratégia de robô duplo beneficiaram do facto de nos terem como parceiro, uma vez que o nosso inventário tem sido bem mantido. Os que não têm uma abordagem de robô duplo não se têm saído tão bem. A Kawasaki fabrica máquinas e veículos industriais desde 1878, pelo que compreendemos a importância de um inventário robusto e diversificado. Muitos estão a abordar-nos para iniciarem essa abordagem de robô duplo como resultado direto das lições aprendidas com o ambiente de expedição volátil de hoje.
Portanto, no final, ter uma solução de robô de fonte única simplesmente não faz sentido para mim. Mesmo num ambiente competitivo em que isso me beneficia, compreendo perfeitamente quando o cliente pretende seguir uma estratégia de duplo fornecimento.
Muito francamente, o desafio de ter duas marcas diferentes de peças não é assim tão grande e o desafio de ter pessoas formadas em duas plataformas também não. Os programadores de qualidade podem alternar entre plataformas e até usufruir de algumas das diferentes vantagens ou peculiaridades que cada sistema oferece.
Por isso, especialmente se for um utilizador de maior dimensão, não posso deixar de sugerir que considere a possibilidade de adicionar um segundo fabricante de robôs à sua linha de produtos, caso esteja atualmente definido com um… A menos que esse fabricante seja a Kawasaki, claro. 😊
Quer saber mais?
Se tiveres alguma dúvida ou quiseres continuar esta conversa, não hesites em enviar-me um e-mail.
Por favor, note que as visões e opiniões expressas neste blogue pertencem exclusivamente ao criador do conteúdo, não à Kawasaki Robotics como organização. O conteúdo deste blogue ou qualquer conteúdo de utilizador que ele gere não transmite de forma alguma os pensamentos, sentimentos ou intenções da organização.